Curso de Socorrismo e Resgate Para Qualificar Turismo Activo
Decorreu de 16 a 20 de Dezembro o curso de formação em “Socorrismo e Resgate” promovido no âmbito do Projecto de cooperação interterritorial Qualificar o Turismo Activo (QTA).
Trata-se de uma acção desenvolvida pela Associação de Desenvolvimento Regional GRATER integrada num calendário com diversas formações previstas em várias áreas dirigidas aos operadores de animação turística das ilhas Terceira e Graciosa.
Presente na abertura do curso esteve o presidente da direcção da GRATER, Osório Silva que sublinhou a “disponibilidade e abertura” da associação para estabelecer parcerias com o tecido empresarial. O responsável referiu que o actual projecto pretende “responder aos desafios” que se colocam ao sector turístico na região.
O curso em “Socorrismo e Resgate”, realizado nas instalações da associação “Os Montanheiros”, em Angra do Heroísmo, reuniu diversos responsáveis e colaboradores de empresas de turismo, tendo sido ministrada pelo enfermeiro/formador Timothy Lima.
Ao longo de 21 horas de formação, o curso forneceu instruções e ensinamentos de carácter teórico, mas foram sobretudo práticos os procedimentos e as técnicas ensinadas e treinadas pelos formandos.
Saber agir em
emergência
pré-hospitalar
A emergência pré-hospitalar, a actuação do socorrista, os princípios e as técnicas de exame da vítima foram aprofundadas nesta formação com recurso à simulação de situações que podem ocorrem no contexto da animação turística.
Assim, a aplicação do Suporte Básico de Vida para o adulto e para a criança e inclusive para pessoas portadores de determinadas patologias estiveram no centro do curso.
Ao longo dos cinco dias de formação, foram assim transmitidos os conhecimentos para, na prática, os operadores turísticos saberem actuar em caso de acidentes que envolvam choque ou trauma, em que é preciso, pro exemplo, proceder à desobstrução de vias aéreas ou aplicar técnicas de imobilização, actuar em casos de hemorragias, queimaduras, afogamentos, ou simplesmente lesões articulares ou musculares.
Além de aprenderem, ou reciclarem, conhecimentos em situações de emergências pré-médicas, na abordagem à vítima de trauma, foram reforçados os saberes e as práticas sobre como avaliar e precaver riscos e lesões de foro ambiental, ou seja, a segurança do local, a gestão das pessoas na actividade recreativa.
Além da entrega de guias, foi igualmente fornecido aos formandos, outros equipamentos de apoio ao Suporte Básico de Vida.
Segurança com
formação e meios
O formador Timothy Lima destacou a importância deste tipo de formação junto de quem oferece actividades organizadas na área do turismo: “mesmo não se tratando de profissionais de saúde, se tiverem estas formações e os meios adequados podem fazer toda a diferença numa situação imprevista”.
“Existem algumas actividades, como o mergulho e outras, que envolvem, em si, risco e imprevisibilidade, e por isso, saber como agir perante esse risco é fundamental”, acrescentou.
Timothy Lima alertou para o facto da promoção do turismo de aventura necessitar de ser acompanhada pela devida segurança, ao nível dos conhecimentos e aptidões dos recursos humanos e igualmente ao nível dos requisitos das infra-estruturas e equipamentos.
Opinião
Rolando Oliveira
Plano e Kit de emergência
A bordo das embarcações
Para Rolando Oliveira, o proprietário da Nautigraciosa – Actividades Turísticas Unipessoal, Lda., uma empresa dedicada desde 2002 ao turismo subaquático com sede na ilha Graciosa, estas formações, além de obrigatórias, são de “extrema importância”: “no mergulho, tem de haver formações nesta área do socorrismo”. O formando recorda que, além das que são impostas, por enquadramentos legais dos operadores no sector, as regras têm de ser cumpridas ao pormenor: “um centro/escola de mergulho, além de ter várias regras, tem vários responsáveis”, como o director técnico, o instrutor de mergulho, o director técnico de estação de enchimento, entre outros.
Apesar da sua vasta experiência enquanto operador na área e de possuir vários cursos de Suporte Básico de Vida no seu currículo, Rolando Oliveira diz “aprender sempre” nestas formações: “temos de estar sempre preparados para as situações que possam surgir”.
O empresário, que em 10 anos de carreira refere não ter registo de acidentes graves, alerta para o seguinte: “os operadores têm de ser responsáveis e responsabilizados”, destacando o facto de ser obrigatório as embarcações possuírem, no seu interior, um plano e um Kit de emergência.
João Bruges
Mais formação:
Melhor turismo
Fotógrafo subaquático, divemaster e skipper da empresa Octopus-Diving Center, Actividades Náuticas Lda, criada há mais de 10 anos na ilha Terceira, João Bruges considera que o curso trouxe novidades às formações “já exigentes” de quem lida com o mergulho. “Sobretudo ao nível pediátrico, para sabermos lidar co situações que envolvam crianças e também ao nível do tratamento de hemorragias e fracturas”. João Bruges destacou pela positiva o facto de ter sido um enfermeiro a ministrar a formação: “trouxe um outro aprofundamento e uma sensibilidade ao curso”.
O formando elogiou a iniciativa da associação de desenvolvimento regional GRATER: “estes cursos para empresas privadas na área do turismo são muito interessantes porque, com o aumento deste sector nos Açores, por vezes, vemos lacunas ao nível da formação das pessoas. Quanto mais formados forem os empresários e colaboradores destas empresas, melhores serão os serviços prestados”.
2014-01-02 00:00:00