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Mercado Biológico quer entrar na rota do consumo e da cultura locais

Foi um “projecto herança” que a actual direcção da BioAzórica - Produtos de Agricultura Biológica, C.R.L. assumiu e tornou ainda mais ambicioso. Mónica Oliveira, presidente da direcção da Cooperativa de Agricultura Biológica, não esconde o desafio, por vezes diário, de coordenar esforços para implantar e desenvolver modos de produção biológicos; criar hábitos de alimentação mais saudáveis nas populações; fazer crescer e dar visibilidade à cooperativa; e ainda colocar o Mercado Biológico – o primeiro do género construído de raiz no país e inaugurado em Outubro de 2012 na Praia da Vitória – na rota de consumo da ilha Terceira.
Metas arrojadas que visam sobretudo um modo de estar e ser “mais limpo” que antes de poder ser praticado à mesa, já começou nos solos, através de uma agricultura livre de fertilizantes tóxicos, pesticidas ou outras técnicas e produtos não orgânicos. Este é o requisito exigido, e só assim certificado, dos actuais cerca de 20 produtores cooperantes da BioAzórica.
“Queremos fidelizar não só os nossos produtores aos princípios da agricultura biológica, como os consumidores, porque, ao fim e ao cabo, somos uma cooperativa também de consumidores”, refere a responsável.
 
Desmistificar
o biológico

 
Mónica Oliveira acredita que o universo de produtores da cooperativa irá crescer, dado o interesse demonstrado não só pelos associados, como por quem procura o Mercado: “pretendemos, sobretudo, criar uma rotina de consumo, nas comunidades, nas escolas, nas famílias”. Por isso, refere, como exemplo, o projecto que vão desenvolver com um estabelecimento escolar, o Colégio Golfinho, para a formação de pessoal e fornecimento, pelo menos uma vez por semana, de sopa biológica com produtos da BioAzórica. Um protocolo que a responsável gostava de alagar a outras instituições: “queremos desmistificar que os produtos biológicos são caros; que seja apenas uma faixa restrita da população que os compra e consome”.
Nesse âmbito, Mónica Oliveira destaca o “grande esforço” feito para manter baixas as margens de lucro na venda dos artigos que comercializam: “queremos que todos tenham acesso a comida inteiramente saudável, que não seja apenas de uma elite, que não tenha restrições ou discriminações económicas. Queremos que o biológico deixe de ser um nicho”.
 
Sustentabilidade:
ambiental e comercial

 
Uma das preocupações da direcção da BioAzórica está não só na já referida sustentabilidade, ambiental, mas igualmente na sustentabilidade comercial da cooperativa: “este é um negócio que tem de ser sustentável”.
As principais receitas da cooperativa advêm da venda de produtos biológicos, ou no espaço do Mercado Biológico ou através da entrega de cabazes ao domicílio. Mas a restauração servida no Mercado, com perto de 15 refeições diárias, têm-se revelado igualmente uma importante fonte de rendimento. Ambos os sectores revelam-se, por vezes, indissociados: “quem compra, come aqui e quem come, compra”.
Actualmente, o Mercado Biológico está aberto somente três dias por semana – às sextas-feiras, sábados e domingos, das 8H00 às 17H00 –, um horário que, com mais recursos humanos, a cooperativa quer alargar a breve trecho: “daqui a um ano, gostava de ter o Mercado aberto toda a semana”.
O espaço, a funcionar num imóvel com arquitectura de estufa, vende, por semana, entre 300 a 400 quilos de fruta, legumes, mas igualmente outros produtos biológicos transformados, como compotas, massas alimentícias, biscoitos, sementes, molhos, etc.
Os cabazes da BioAzórica têm sido uma aposta forte da cooperativa: “há dias em que entregamos 10 a 15 cabazes”. Com um valor de encomenda mínimo de 10 euros, qualquer pessoa pode solicitar e receber em casa um cabaz com produtos biológicos exclusivos da casa: “temos um consumidor muito exigente, habituado a uma grande qualidade, por isso, temos todo o cuidado em manter essa ligação de respeito e rigor neste serviço”.
 
Mercado aberto
toda a semana

 
Actualmente, são consumidores informados quem, sobretudo, procura comer biológico “mas também têm aparecido outras pessoas, como portadores de doenças que querem dietas alimentares mas saudáveis, algumas mães e mesmo a população em geral”, complementa Mónica Oliveira.
A introdução de novas rotinas “mais verdes” parece que está a entrar nos hábitos e na cultura locais: “temos grupos que combinam almoços às sextas-feiras; também temos os passeios de família ao fim de semana que incluem um lanche no Mercado”.
Rotina entretanto criada e igualmente com esse selo de rigor tem sido a implementada ao nível das formações da BioAzórica que contam, sublinha a responsável, “sempre com certificação”: “organizámos cinco edições de formação inicial em horticultura biológica que estiveram sempre cheias (máximo de 25 pessoas) ”. Igual sucesso têm tido as sessões de sensibilização e divulgação ao nível da alimentação saudável, com destaque para os “smothies” (batidos), para a confecção alimentar, com showcookings e worshops de culinária vegetariana. Há ainda a registar a realização de um “Roteiro das Hortas Domésticas”, de um “Bioplenário”, de cursos de “Biopsicologia” e de “Detox e Purificação”.
Do investimento total apresentado para apoio, no valor de 113 mil euros, para a construção do edifício do Mercado Biológico, aquisição de equipamentos, mobiliário e outros, a BioAzórica contou com um apoio cofinanciado pelo FEADER e pelo ORAA de 50% apoiado pelo Eixo 3 do PRORURAL, por via da GRATER, no valor aproximado de 55.000,00.
O plano de acção da BioAzórica até 2015 vai aprofundar os projectos em curso, alargar a base de produtores e consumidores, fazendo do espaço multifuncional do Mercado Biológico da Praia da Vitória o elemento catalisador de um projecto que pretende criar consciência social em torno do produto biológico e das suas potencialidades na promoção da saúde, do ambiente e economia local.
 




 
Contactos

 
Mercado Biológico

Entre Sede do Clube Naval e Zona Verde
Praia da Vitória
Tlf: 295 543 401
Telm: 965090432
email: bioazorica2010@gmail.com
www.facebook.com/bio.azorica

2014-01-02 00:00:00


 

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